É bem verdade que leis existem para a inclusão no mercado de trabalho, mas como conseguir acesso uma pessoa com deficiência? “Com Novo Olhar” nos leva hoje a conhecer a história de vida do psicólogo José Nelson Braga da Silva, 44 anos que venceu as barreiras impostas pela tetraplegia e atende todos os públicos em seu consultório.
Carioca, com formação militar, Nélson teve a vida marcada por um mergulho aos 21 anos, quando passava férias em Minas Gerais, após bater a cabeça ao saltar em uma cachoeira e ter três vértebras quebradas. Diante de uma realidade onde se viu de repente com pernas e braços sem movimentos. Elegeu morar em Aracaju, onde fez curso de Designer e Técnico em Informática, mas foi em 2012 que se formou em Psicologia e resolveu dar um novo rumo na sua carreira trabalhando como autônomo.
Nelson foi em busca da sua sobrevivência e montou consultório na própria residência, onde trabalha às segundas e terças-feiras. O incrível é que os pacientes que o procuram, encontram um especialista que esquece as suas dificuldades e os ajuda sempre a enfrentar seus problemas com uma forma de encorajar outras pessoas com ou sem deficiência.
– Por várias vezes tentei encontrar um trabalho em algumas empresas, mas estas nem sequer me chamavam para dar um retorno, apenas me ignoravam e isso me deixava angustiado. Sempre gostei de rádio amador e me comunicava com caminhoneiros e outras pessoas em todo o país, sendo este meu hobby. Deixei meu hobby para me dedicar a psicologia e tentar esquecer que aos 44 anos minha carteira de trabalho nunca tinha sido assinada, explicou emocionado Nélson.
Nelson nutre consigo a esperança nas células tronco para um dia voltar a andar, mas ainda assim, leva a vida com autonomia e executa inúmeras tarefas com o seu tablet, onde utiliza sistema de reconhecimento de voz que permite emitir laudos e ter acesso ao mundo digital.
– Sempre passo para meus pacientes que devemos amar à Deus acima de todas as coisas e amar ao próximo como a si mesmo. Estes são os grandes segredos para construirmos um mundo melhor – explica o psicólogo em entrevista para “Com Novo olhar”.